segunda-feira, 27 de outubro de 2008

De volta , planeta , macatário

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Voltei , amargo , caído
Andei , entusiasmado , iludido
Não sei , que faço , perdido
Não vejo , espaço , fudido

Enxergo , ilusão , não alcanço
Disperso , solidão , em todo canto
O que peço , perdão , aos prantos
Sincero , não sou , engano

Com muito , sem sim , aflinjo
Futuro , não fiz , mas sinto
Escuro , em mim , instinto
De tudo , o fim , não minto
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Definido Contradições

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Não consigo respirar
sinto-me trancado fechado
estranho porque nos outros esse sentimento eu consigo suavizar
sei a teoria, a fórmula e as exceções
mas comigo nada se encaixa
Não perteço ao domínio da função
Não me encaixo substituindo nenhuma variável
Mas eu sei que todas me definem

Quantos não agradeceram por ter-lhes tirado o peso de suas costas
Quantos não gritaram após a corda presa ao seu pescoço ter sido desamarrada
Quantos puseram-se a correr sem a bola de ferro acorrentada a sua perna

A aplicação no mundo dos reais
talvez eu pertença ao mundo dos complexos
Um imaginário puro no coração dominante
Um real puro na razão recessiva

Não me restam mutações, estou criado e deformado
Restam me adaptações, conversões evolutivas
Aptidão pra encontrar meu conjunto solução
Cheio de incógnitas sem valor, traduzido para o vazio
Inspiro cálculos e gráficos, expiro poemas e resenhas

Agora já não mais consigo respirar
Terminei a resolução do meu problema
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Não é doença

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Mulher tua boca é minha chupeta
Meu coração tu jogaste na sarjeta
Em tuas declarações gritas mais alto que o vigário
Teu beijo em meu museu guardo como reliquário

Teu toque em mim esquenta feito brasa
Teu roçado assim nos remota ao pecado da mata
Jogo-me nas chamas do seu olhar e desejo
E padeço provando que em outros encostas teu peito

Não me importa o futuro, apenas o presente que me deste no passado
Não importa se é longo o tempo que por ti me arrasto
Em teu mar me afoguei e faria isso até morrer
Em tua ilha, em teu tesouro enterrado, no nosso jardim encantado
Minha sina é em ti perecer
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domingo, 5 de outubro de 2008

Sobre Nós

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Ao teu lado desejo só te beijar, me enlaçar, abraços, te enlouquecer, me enlouquecer, já enlouqueci. Somos dois que só pensam em ti, agora penso sendo apenas um, ofegante, fotografia retratada, quando vai acabar a Guerra Fria? Tenho que ter forças pra derrubar o muro, pular é solução paleativa, nada criativa, mas me dá uma mão! Quero provar teu braço, quero mesmo chegar aos seios, quero mesmo é te fazer explodir, não como uma bomba de hidrogênio, uma bomba de sentimentos, nós somos bombas. Quanto mais tarde melhor, o prazer não nos espera, nos acompanha nessa jornada, duro gozo, viajo guiado por uma bússola não magnética, mas sonora, não me leva somente ao norte, me leva às suas minas subterrâneas, quero ser vítima delas. Ouviste ou sentiste as badaladas do sino!? Espero a chuva pra dela te provar. Troquemos de órbita, girando ao redor do mesmo objetivo, rotação leva à exploração. O buraco negro se contrai e engole tudo ao seu redor. Corpos reduzem-se, pintam suas paredes. Não precisamos de uma máquina. Recriamos o Big Bang bem aqui.
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Imagina...

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Por que foges de mim Deusa da Dor ?
Amo-te pois só tu fazes eu me encontrar
Quero brincar contigo mais algumas vezes
Esse nosso jogo de batata-quente
Tu jogas angústia, energia, raiva
Te devolvo uma erupção sem nada além das nossas palavras

E torno-me cada vez mais viciado
Ludibriado pelas tuas respostas para minhas incertezas
Apaixonado por explorar contigo meu submundo, desnudo
Pisar em brasas passando pelo coração
Nadar em lágrimas no Oceano Inconsciente
Passear por cidades fantasmas já sem o brilho de outrora
Criar novas rotas coloniais para saciar meu desejo imperialista

Seja minha Imperatriz
Sou seu aprendiz
Deusa da Dor, juntos, sou feliz
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